Tenho estudado os corpos que atravessam as ruas, em câmera lenta, cada qual com sua sinuosidade.
Jovens desligados na multidão, suas mochilas, no walkman ou em grupos.
Homens com seus ternos e gravatas, apressados, de cinza ou preto, iguaiszinhos aos prédios e entre si.
Mulheres de vestidos. Tão suaves e finos tecidos, tão cheios de cores. Quando sobre o corpos nos permitem ver face, colo, braços e pernas, deixando seus quadris a nossa imaginação. Pernas brancas, negras, mulatas, nenhuma bronzeada, condenadas e presas por cerca de cinco meses dentro de calças e meia calças pelo inverno. Toda uma forma de indicar que o corpo quer respirar e, sem quererem, trazem consigo a primavera para São Paulo.
O corpo feminino é o nosso mais fiel calendário,
todos os outros se repetem mês após mês.
(MB)
domingo, 27 de setembro de 2009
Primavera Paulistana
Postado por Milton Bortoleto às 21:46
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